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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Arrisque - A vida só vale a pena quando abandonamos nossa zona de conforto

Editora:  Mundo Cristão
Tamanho: 14x21
Páginas: 240
Categoria: Auto-ajuda e Espiritualidade
Ano: 2011

Pode-se dizer que o tema proposto e logo apresentado na capa do livro, a princípio, mais que um desafio para as pessoas que estão acomodadas, é um apoio e promotor alívio pra quem já anda se arriscando na vida cristã.

Quem está acomodado não vai pensar em ler um livro que o desafiará a deixar sua zona de conforto. Portanto, não espere aquele seu amigo, seu parente ou seu pastor, comprar o livro. Dê de presente!

Para quem não conhece o autor, Kenny Luck, é pastor de homens da igreja de Saddleback. Portanto, pastor auxiliar de Rick Warren. Também tem um ministério amplo voltado para homens, por meio da organização Every Man Ministries.

A capa fala por si só. Muito bem elaborada com essa ideia de sair da zona de conforto. Afinal, sair de um aquário espaçoso e pra isso ainda ter de saltar contra todo obstáculo pra cair em um aquário que mais parece um copo d'água, é preciso querer arriscar bastante! Pode não ser original, mas bonita e atraente - para quem compra livro pela capa, uma boa opção para a biblioteca.

Contém um projeto gráfico interessante, com destaque de frases chaves em quadros às margens, colocação de ideias e argumentação em forma de itens, que facilitam a leitura e, bastante importante, capítulos curtos, claros e objetivos. Com vários textos bíblicos é possível transformar o livro em um excelente ponto de apoio para uma série de estudos, principalmente com homens da igreja.

O livro trata daquilo que se propõe, mostrar como há mais vida e maior recompensa quando nos dispomos a arriscar sermos homens de Deus, a vivermos uma vida cristã comprometida com o testemunho cristão e com a dependência de Deus. O livro fala de fé, de ser discípulo, de masculinidade, de amizade entre homens, do medo de não saber o que nos espera quando arriscamos. Sobretudo, o livro trata de decisão. Como as nossas decisões são importantes em nossa própria vida e em como elas são capazes de alterar a vida das pessoas que nos cercam.

Conheci e recebi o livro em um soreteio da Editora Mundo Cristão, realizada nas redes sociais (Twitter, Facebook) - sim, eu ganhei! E quando li a sinopse no site da Ed. Mundo Cristão percebi que o livro era bem interessante para o momento que estou vivendo. Eu e minha esposa estamos nos preparando para a obra missionária. Depois de 23 anos de ministério estamos arriscando ao iniciarmos tudo novamente, em uma frente nunca experimentada - vamos ser missionários em Moçambique. E quando falei para minha esposa que havia ganho o livro e falei sobre o que falava, ela rapidamente disse: "Chegou tarde" (risos). E quando comecei a lê-lo imaginei o mesmo, pois no princípio ele fala de coisas que acabávamos de passar e, então, era apenas o nosso apoio nas dicisões que tomamos. Mas, logo percebi que ele fala de muito mais coisas que precisava saber e de decisões que ainda preciso tomar.

É um livro que com certeza ainda vou reler em várias situações.

Vale a pena ser lido. Não tenha medo de arriscar.

"Somente aqueles que se arriscam a ir longe demais serão capazes de descobrir o quão longe podem ir" T.S.Eliot

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Intelectualidade Cristã em Crise



Este livro me despertou para uma dura realidade. A igreja evangélica brasileira não pensa mais!

Há um sentimento de angústia pairando sobre a igreja evangélica quando se fala de parar para estudar a Palavra de Deus e questionar, pela Palavra, a ética do crente e a liturgia do culto. A angústia só se justifica no desejo de fazer com que a igreja viva de acordo com as expectativas do mundo. Tudo muito rápido, muita demanda, valorização nas conquistas e ênfase na busca do prazer, mesmo que espiritual. Mas a rapidez que é exigida não permite a crítica estruturada e nem o balisamento da praxis cristã com a Palavra de Deus.

John Stott, em seu livro Crer é também pensar, disse que "Deus fez o homem à sua própria imagem, e um dos aspectos mais nobres da semalhança de Deus no homem é a capacidade de pensar".

Essa é a verdadeira guerra espiritual se trava, diz Sandro R. Baggio, nos pensamentos do homem, com argumentos que se levantam contra o conhecimento de Deus (2Co 10.5). Afinal, o diabo é o pai da mentira e ele age por meio da sedução e do engano. Por isso, a pregação de Paulo é apontada por Lucas (At 17.2,3) como na base da proclamação, persuasão, discusão e exposição. Sempre com a intenção de provar a verdade.

Continua Baggio, "ninguém que tenha abraçado a fé somente por uma experiência emocional é capaz de permanecer firme quando chega a tempestade da dúvida".

Intelectualidade Cristã em Crise - A síndrome da ignorância
Sandro R. Baggio
Editora Fôlego

O CONTRABANDISTA DE DEUS E A FUGA DAS GALINHAS

Quem já viu o filme “A fuga das galinhas” e já leu o livro “O contrabandista de Deus” pode estar se perguntando o que tem um a ver com o outro!
Vou explicar e é fácil de entender.
Vi um e reli o outro. E encontrei um ponto em comum. No filme, trava-se um diálogo entre aquele galo que, como um herói, tenta convencer as galinhas a assumirem uma atitude positiva ao sonho de liberdade:


“Então, botar ovos o tempo todo, ser enfiada no espeto, recheada e assada é bom o suficiente para você, é?”. “É um jeito de se levar a vida!”. “Sabe qual é o problema? A cerca não está só em volta do galinheiro, ela está aqui.” (Apontando para a cabeça).
No livro, o Irmão André é ouve uma irmã franciscana sobre como se captura um macaco:


“Bem, você sabe, os nativos sabem que um macaco jamais larga algo que deseja, mesmo que isso signifique perder a liberdade. Então, o que eles fazem? Pegam um coco e fazem um buraco de tamanho suficiente apenas para a pata do macaco entrar. Depois eles jogam lá dentro uma pedrinha, e ficam atrás de uns arbustos esperando com uma rede. Mais cedo ou mais tarde, um mico curioso aparece. Ele pega o coco, o chocalha. Olha pelo buraco. E, então, por fim, enfia a pata no buraco, apalpa lá dentro, e encontra a pedra. Mas quando ele tenta tirá-la, descobre que não consegue passar a pata pelo buraco, sem deixar cair a pedra. E, então, André, aquele macaco nunca largará o que pensa ser uma coisa preciosa. E a coisa mais fácil do mundo é apanhar alguém que age dessa forma... Você está segurando alguma coisa André? Algo está impedindo você de recuperar a liberdade?”


Já percebeu que o ponto comum é a liberdade?
Mas tem algo mais – os nossos desejos e expectativas!
Para as galinhas do desenho animado a restrição à liberdade estava na expectativa que elas tinham da própria vida. Serem criadas, engordadas, recheadas e assadas. Para muita gente a vida é assim, norteada por um fatalismo que não se pode escapar. As expectativas do que podem fazer e até onde podem chegar se limitam ao que já conhecem da história dos que vivem ao seu redor. Se todos vão na mesma direção por que tenho de rumar para outro lado?
E, assim, estabelece-se uma cerca na mente, que a gente mesmo diz – eu não posso ultrapassar.

Para o então, tímido e aventureiro André sua liberdade estava cerceada também por suas expectativas e desejos. Não porque eram pequenos demais, mas porque eram excessivamente desalinhadas daquilo que Deus programara para ele. E disso ele não abria mão!
Sejam grandes ou pequenos, os nossos desejos e as nossas expectativas a respeito de nosso futuro, se não forem de acordo com a vontade de Deus, sempre serão falsos e cerceadores de nossa verdadeira liberdade. Servir a Deus com alegria para só glorificar o Seu nome!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

S.O.S. - ICE Queiroz, São José do Vale do Rio Preto/RJ

Queridos irmãos e amigos que sempre nos acompanham em nossos blogs.
Este é um momento muito difícil para a nação brasileira, em espeical para todo o povo fluminense (estaso do RJ).
Nesta hora precisamos agir!

Tomo a liberdade de reproduzir a carta enviada pelo presidente da Igreja Cristã Evangélica do Brasil, Rev. João Batista Cavalcante, em seu apelo para nos envolvermos diretamente no socorro aos nossos irmãos da ICE de Queiroz, em São José do Vale do Rio Preto.

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A carta.

Os jornais de hoje (13/01/2011) foram dominados pela informação sobre a incrível cheia que invadiu a cidade de São José do Vale do Rio Preto, exatamente onde fica nossa Igreja Cristã Evangélica de Queirós (no município) e uma de suas congregações (na cidade). Pela graça de Deus, não houve vítimas fatais entre os membros de nossas igrejas, mas a situação no município e nas casas de nossos irmãos e irmãs é realmente crítica. A parte inferior do templo (salas de aula, cozinha, escritório...) foi também inundada. Fica claro que precisamos ajudar! E rápido!!

Estou, então, solicitando a todas as Igrejas Cristãs Evangélicas do Brasil que levantem uma oferta especial nesse final de semana, e deposite essa oferta numa conta específica para ajudar a ICE Queirós e para a comunidade a sua volta. Queremos que comprem alimentos, colchões, roupas e o que for necessário. A conta é no Bradesco, agência 0240, c/c 59677-9, em nome da Igreja Cristã Evangélica do Brasil. Seria muito bom se todos fizessem o depósico até terça-feira, dia 18, para enviarmos para lá na quarta-feira, sem falta.

Para facilitar, estou sugerindo que se cada congregado de nossas (crianças, juniores, adolescentes, jovens e adultos) ofertar com R$ 1,00, poderemos ajudar com mais de R$ 25.000,00. Não seria extraordinário? Então, mãos à obra e vamos construir juntos uma ICEB mais solidária e mais presente nos momentos quando alguém entre nós passa por angústia.

Ainda informando: entramos em contato com o Vale do Paraíba e os irmãos da MEAR já estão providenciando uma visita de apoio.

No amor de Cristo,

João Cavalcante, presidente da MEAN
 
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Por favor, cobre uma ação rápida de seus pastores, conselho de presbíteros e mesa administrativa.
 
Outra forma de ajudar é a sua igreja organizar períodos de oração em favor do estado do Rio de Janeiro e em especial pela nossa amada ICE de Queiróz. orem para que Deus dê sabedoria ao Pr. Eduardo  Bittencourt e sua esposa Aline, que nesta hora estão sendo muito requisitados.
 
Deus multiplique em graças cada ajuda.
 
Pr. Ivanei Silveira








quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Cristianismo ao gosto do freguês

Tenho lido bastante esses últimos dias, de tudo um pouco. Vida cristã, missões, eclesiologia (doutrina da igreja), mas me tem faltado tempo para compartilhar aqui. Aliás, tem faltado mais disposição física que tempo. São as agruras das últimas decisões tomadas, entre elas o destaque para nossa decisão (minha e de minha esposa) de redirecionarmos nosso ministério para missões. Vide www.projetomozambique.com

Mas estou na Conferência Fiel, em Águas de Lindóia, e conheci um escritor que vale a pena ser lido - Renato Vargens. Autor de vários livros, entre eles, Tempo de Sonhar, Quando o milagre acontece, Sua família pode ser mais feliz, Quarto Secreto, e outros. Você pode conhecer um pouco mais desse autor em seu blog http://www.renatovargens.com.br/

Conheci seu livro Cristianismo ao gosto do freguês e achei interessante pela forma indignada que o perfil da igreja evengélica brasileira foi traçado. Um livro pequeno de 63 páginas, fácil de ser lido e desafiador ao raciocínio e tomada de posição. Basicamente um diálogo com o leitor, e isso fica claro em expressões recorrentes, como: "Carao leitor, para, pense e reponda", "Ora, vamos combinar uma coisa!", "Responda sinceramente!".

"A intenção primordial do livro é a de fomentar reflexões sobre temos cruciais, sem pretender ser a última palavra ou exaurir as questões suscitadas" p.7

Logo, o autor busca entender o que ocorre no meio da igreja evangélica brasileira que mais se preocupa em agradar ao "seu cliente" que pregar e viver um evangelho de compromisso com a Palavra de Deus.

O autor retrata como a graça de Deus tem sido barateada se assemelhando ao paganismo e ao catolicismo, onde as repetições ganham notoriedade nos cânticos sem teologia e até mesmo sentido para a fé evangélica.

Nos nossos dias Deus tornou-se um animador de auditório, apenas para cumprir o desejo de entretenimento de seus seguidores. Assim, os pastores mais irreverentes e os cantores mais animados têm encontrado mais aceitabilidade em meio a uma congregação que quer apenas satisfazer sua vontade.

E essa congregação, mais próxima de uma platéia, alimenta A indústria do testemunho e fortalece A teologia do medo. Dois capítulos do livro.

A teologia neopentecostal disseminada aplica um dualismo espiritual, em que os crrntes são levados a crerem que a força do mal é igualmente poderosa como a força do bem, onde o Diabo é igual a Deus. Assim, a forma de Deus manifestar Seu grande poder é confrontar um outro grande poder. Uma teologia que dá margem à Teologia Tabajara, onde todos os seus problemas são resolvidos.

Os quatro últimos capítulos do livro são um desafio para nos mantermos atentos para discernirmos as ervas daninhas de nossa teologia e nos aprofundarmos no conhecimento da Palavra de Deus, que é a única que nos pode fazer trilhar uma vida cristã autêntica e voltarmos a ser reais Protestantes.

Vale a pena ler, refletir e reagir. Afinal, este é o grande legado da reforma protestante. Não o perca!

Quer comprar o livro? Preço bom e entrega rápida - Portal Mádua

Abraço

sábado, 29 de maio de 2010

O Contrabandista de Deus



Agente secreto? Espião? Detetive particular?

Não! O protagonista deste livro não é o estiriótipo de um herói de cinema, nem mesmo pensou um dia em ser. Pelo contrário, na tempo da chamada "cortina de ferro" e da guerra fria, ele estava mais para bandido; na perspectiva do mundo comunista.

"O Contrabandista de Deus é a história de um homem que se tornou agente secreto de Deus, levando bíblias para os cristãos da conhecido "igreja perseguida".

Quando garoto, Irmão André (como ficou conhecido tanto pela igreja perseguida como por todo o staf da temida KGB) gostava de se imaginar um espião em território inimigo. Na juventude dedicou anos à vida militar, sempre procurando aventuras. Mal sabia ele que Deus o estava preparando para algo jamais imaginado - entrar em terras comunistas com seu carro carregado de Bíblias sem que fosse descoberto. Mas nunca camuflado, nem usando de artifícios humanos. Com uma coragem impar e um caráter moldado na forma do evangelho, muitas vezes, declarava explicitamente que levava bíblias. Outras vezes apenas orava ao Senhor dizendo - "O Senhor que abre os olhos aos cegos, faze com que os que enxergam não vejam".

São histórias fascinantes e testemunhos incríveis!
A primeira ediçao é de 1970, em português. Sendo esta a terceira edição (2008). E, tendo lido ambas, faço duas observações críticas a esta última edição.
  1. Vários testemunhos sofreram algum tipo de mudança entre a primeira e última edições. Talvez, por conta de uma nova tradução ou de uma revisão editorial. O fato é que senti a falta de alguns fatos relatados na primeira edição.
  2. Destaco de forma positiva a permanência, no final do livro, do apêndice da segunda edição, onde os escritores (John e Elizabeth Sherrill) fazem uma análise do impacto do ministério do Irmão André e de sua agência missionária - Portas Abertas sobre a igreja perseguida e destacando o resultado disso até mesmo dentro dos organismos de perseguição política da antiga União Soviética. Destaca-se, ainda, o apelo missionário pós queda do muro de Berlim.
Não há como não se emocionar e não ser desafiado a se dispor à missão da igreja.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Seleção de 40 livros evangélicos que marcaram época

Esta seleção não foi organizada por mim, mas concordo plenamente com ela. Também não quer dizer que todos os livros são excelentes ou que eu concorde com o conteúdo de cada um deles. Apenas foram livros que marcam uma época (os últimos 40 anos) em que o povo cristão evangélico aprendeu a ler e a conhecer melhor o mundo ao seu redor. Livros que foram campeões de vendagem, citados e debatidos, que influenciaram e continuam influenciando os evangélicos brasileiros, livros muito lidos com alto índice de rejeição, e também os que hoje estão operando uma mudança paradigmática na cultura evangélica contemporânea.
A Editora Ultimato, em sua revista de mesmo nome, incumbiu Ricardo Quadros Gouvêa a fezer a lista e aí está ela, com uma pequena sinopse de cada livro. Divirta-se.

1. "Mananciais no Deserto" -- Lettie Cowman [Betânia]

Não há outro livro mais amado pelos evangélicos brasileiros. Este campeão de vendagem é um livro de leituras devocionais diárias que conquistou nosso país. O livro é, de fato, bom, mas desconfio que a tradução deu uma mãozinha.

2. "Uma Igreja com Propósitos" -- Rick Warren [Vida]

O maior "best-seller" evangélico de todos os tempos é uma catástrofe literária. É ainda difícil calcular o dano que esta obra equivocada causou e ainda irá causar, com sua filosofia de ministério inteiramente vendida ao "Zeitgeist", propondo a homogeneização das igrejas e um pragmatismo de dar medo.


3. "A Quarta Dimensão" -- David Paul Yonggi Cho [Vida]

Este livro fez mais pelo movimento pentecostal no Brasil do que qualquer televangelista. O testemunho bem escrito do pastor coreano que vive cercado de milagres causou "frisson" até mesmo nos grupos mais conservadores. Seu modo de ver a vida com Deus e o ministério marcaram as últimas décadas.

4. "A Agonia do Grande Planeta Terra" -- Hall Lindsay [Mundo Cristão]

Calcado no pré-milenismo dispensacionalista de Scofield, este "best-seller" apocalíptico empolgou os profetas do fim do mundo no Brasil, com sua interpretação literalista imprudente e seu patriotismo norte-americano acrítico. Lindsay foi o arauto de três décadas das mais absurdas especulações escatológicas em nossas igrejas.

5. "O Ato Conjugal" -- Tim e Beverly La Haye [Betânia]

Sexo é um assunto importante, e o povo ansiava por uma orientação em face da revolução sexual dos anos 60. Daí o sucesso de um livro bem escrito como este, didático e conservador, ao gosto da moral evangélica, mas sem ser inteiramente obtuso. Mesmo assim, muitos o chamaram de pornográfico. Nada mais injusto.

6. "Este Mundo Tenebroso" -- Frank Peretti [Vida]

A ficção convence mais rápido. Revoluções acontecem inspiradas por romances, e não por tratados filosóficos. Peretti, com seu horror cristão, nos ensinou o significado da batalha espiritual nos anos 80, reencantou o submundo evangélico, inspirou pregadores e, o que não é nada ruim, motivou muitos adolescentes a ler obras de ficção bem melhores.

7. "A Morte da Razão" -- Francis Schaeffer [ABU]

A intelectualidade evangélica adotou este livro como alicerce nos anos 70, para enfrentar o existencialismo, o movimento "hippie", o marxismo e a contracultura em geral. O livro convencia que o cristianismo não era incompatível com o estudo e a reflexão. É um pena que Schaeffer estivesse tão equivocado em suas idéias centrais.


8. "Celebração da Disciplina" -- Richard J. Foster [Vida]

Este clássico da espiritualidade cristã, escrito por um quacre, fez um tremendo sucesso no Brasil a partir dos anos 80. É excelente, mas será que todos que o compraram de fato o leram? Gostaria de perceber uma maior influência das idéias de Foster em nosso povo, mais oração, silêncio, calma, estudo, empenho, enfim, disciplina espiritual.

9. "De Dentro para Fora" -- Larry Crabb [Betânia]

Os livros devocionais evangélicos de viés psicológico ou de auto-ajuda são os títulos que mais vendem. Dentre eles, alguns se destacam não só por serem campeões de vendagem, mas porque são os melhores do gênero. Crabb é o melhor autor do gênero e este é seu melhor livro, que impactou o nosso povo nos anos 90.

10. "Louvor que Liberta" -- Merlin R. Carothers [Betânia]

Este pequeno e poderoso manifesto em forma de testemunho revolucionou, nos anos 70, o louvor e a adoração no Brasil. O bom capelão ensinou a todos nós a espiritualidade da adoração, o poder do louvor, impulsionando as guerras litúrgicas que marcariam a vida de nossas comunidades a partir de então.

11. "Vivendo sem Máscaras" -- Charles Swindoll [Betânia]

Outro "best-seller" devocional dos anos 90, de viés psicológico e de auto-ajuda, com o vigor característico das obras de Swindoll, escritas a partir de suas pregações. Muitos se sentiram não apenas edificados, mas tocados e transformados.

12. "A Cruz e o Punhal" -- David Wilkerson [Betânia]

Outro opúsculo dos anos 70 que, na forma de um testemunho pessoal, inspirou os jovens evangélicos a uma fé mais comprometida. Curiosamente, não levou as igrejas a um investimento em missões urbanas, idéia que permeia todo o livro. Talvez o Brasil evangélico dos anos 70 não estivesse pronto para missões urbanas.

13. "Crer é Também Pensar" -- John Stott [ABU]

Stott é um ícone no Brasil, um nome respeitado pela sua erudição e sua notável produção literária, apesar de estar invariavelmente sob suspeita de heresia pelos mais neuróticos. O fato é que a qualidade de seus livros varia. Seu excelente "Ouça o Espírito, Ouça o Mundo" merece mais atenção. Já o opúsculo selecionado, tão conhecido desde os anos 70, não tem muito a dizer além do título.

14. "O Senhor do Impossível" -- Lloyd John Ogilvie [Vida]

Outro devocional que emplacou no Brasil nos anos 80, não sem méritos. É o maior sucesso do autor, ainda que inferior a "Quando Deus Pensou em Você", que o antecedeu. O livro estimula a fé e nos faz mais esperançosos, apesar da teologia rasa.

15. "A Família do Cristão" -- Larry Christenson [Betânia]

Antes de Dobson e tantos outros, Christenson já era "best-seller" nos anos 70. Pioneiro entre os que se pretendem auxiliares da vida familiar cristã, ele foi estudado nos lares por grupos e células, em escolas dominicais etc. Sua eficácia é comprovada.

16. "O Jesus que Eu Nunca Conheci" -- Philip Yancey [Vida]

Os anos 90 assistiram ao aparecimento de um dos mais argutos e estimulantes autores evangélicos de todos os tempos: o audaz Yancey, que começou a apontar para o paradigma emergente em livros como "Alma Sobrevivente", "Descobrindo Deus nos Lugares mais Inesperados", "Maravilhosa Graça", "Rumores de Outro Mundo", "Decepcionado com Deus" e tantos outros livros excelentes. E o mais conhecido e lido parece ser mesmo "O Jesus que Eu Nunca Conheci".


17. "O Discípulo" -- Juan Carlos Ortiz [Betânia]

Poucos livros foram tão impactantes nos anos 70 quanto esta obra que, excepcionalmente, não vinha do mundo anglo-saxão, mas da Argentina. Por isso mesmo, Ortiz tinha uma outra linguagem, um discurso que convencia os jovens brasileiros da seriedade e do valor de se tornar mais do que um mero freqüentador de igrejas, um genuíno discípulo de Cristo.

18. "Bom Dia, Espírito Santo" -- Benny Hinn [Bompastor]

O neopentecostalismo brasileiro é, em grande parte, de inspiração norte-americana. Talvez o nome mais importante nesse processo seja o do "showman" evangélico Benny Hinn, que desde os anos 90 assombra os norte-americanos pela televisão com seus feitos espetaculares. Mesmo quem não o leu conhece sua influência no Brasil.

19. "O Refúgio Secreto" -- Corrie Ten Boom [Betânia]

O testemunho desta nobre senhora holandesa encantou também o Brasil, onde seu livro foi um grande sucesso nos anos 70. Suas aventuras durante a Segunda Guerra Mundial, sob o pano de fundo de sua educação em um lar cristão, são comoventes e inspiradoras.

20. "A Autoridade do Crente" -- Kenneth Hagin [Infinita]

Hagin foi um divisor de águas no mundo evangélico, pois desde sua influência os crentes "tomam posse", "determinam", "amarram" e "exigem". Uma nova forma de falar se fez presente, o que gerou muitas novas piadas também.

21. "Entendes o que Lês?" -- Fee e Stuart [Vida Nova]

Que bom que um livro sério como este foi tão lido e estudado no Brasil. Trata-se de um compêndio de hermenêutica bíblica sem complicações, em linguagem acessível, adotado por quase todos os seminários e estudado até mesmo nas EBDs e pequenos grupos. Este livro fez muito pela educação bíblica dos evangélicos brasileiros.

22. "Culpa e Graça" -- Paul Tournier [ABU]

Não há, com raras exceções, psicólogo cristão que não considere este livro um fundamento e um marco do pensamento cristão. Mas ele não se limita a isso, tendo tido considerável influência na teologia evangélica brasileira nos anos 90, preparando nosso povo para o paradigma emergente do século 21.

23. "Novos Líderes para Uma Nova Realidade" -- Caio Fábio D'Araújo Filho [Vinde]

Este opúsculo foi, se não o mais lido, certamente o mais importante dos numerosos livrinhos do pastor Caio Fábio, fenômeno de popularidade no Brasil nos anos 80 e 90, pastor midiático, influente, contundente, imitado, adorado e odiado. Caio nos ensinou a ver as coisas de outro jeito, e seu legado não vai desaparecer.

24. "Vida Cristã Normal" (ou "Equilibrada", na reedição) -- Watchman Nee [Editora dos Clássicos]

O controverso evangelista e autor chinês Nee teve muita influência nos anos 70 e 80, com sua visão mística do que significa ser um cristão evangélico conservador. Este livro foi seu maior sucesso, um comentário de Romanos, ainda que seu livro mais objetivo e claro seja "A Liberação do Espírito".

25. "É Proibido" -- Ricardo Gondim [Mundo Cristão]

Gondim é um dos melhores e mais polêmicos autores evangélicos contemporâneos. Seus livros, como Eu Creio, Mas Tenho Dúvidas, O que os Evangélicos (Não) Falam, Orgulho de Ser Evangélico, são sempre interessantes. Nenhum, porém, foi tão influente e marcante como "É Proibido", um verdadeiro libelo anti-legalista.

26. "Conselheiro Capaz" -- Jay Adams [Fiel]

Adams era uma pessoa muito simpática. Sua escola de aconselhamento cristão é muito antipática. Diferentemente de Crabb, por exemplo, problemas emocionais têm origem fisiológica ou pecaminosa. Por isso, é preciso confrontar as pessoas e insistir na mudança do seu comportamento. Foi um sucesso nos anos 80. Haja behaviorismo!

27. "Quebrando Paradigmas" -- Ed René Kivitz [Abba Press]

Este livro foi decisivo para que os evangélicos brasileiros começassem a enxergar a outra margem do rio, a margem pós-evangélica do paradigma emergente. Kivitz é um autor surpreendente e notável, de mente dinâmica e arejada, que propõe importantes rupturas e renovações, como em seu outro livro "Outra Espiritualidade".

28. "O Amor Tem Que Ser Firme" -- James Dobson [Mundo Cristão]

O conhecido "Dr. Dobson" é pensador e autor de grandes qualidades e grandes defeitos. Seus livros, como "Educando Crianças Geniosas", ajudam famílias e promovem uma espécie de teologia aplicada que merece atenção. Há, porém, muito que não se deveria levar a sério, já que vai contra o que há de mais consagrado na psicologia moderna.

29. "Supercrentes" -- Paulo Romeiro [Mundo Cristão]

O autor de "A Crise Evangélica" tem talento e tem algo a dizer. Seus textos, especialmente o famosos "Supercrentes", têm apontado para os exageros e enganos de muitas posturas comuns no meio evangélico contemporâneo.

30. "Cristianismo e Política" -- Robinson Cavalcanti [Ultimato]

Trata-se de um clássico. Este livro está nas origens de toda reflexão política evangélica. Robinson é importante por outras questões, como seus livros sobre sexualidade ("Uma Bênção Chamada Sexo", "Sexualidade e Libertação"), mas sua contribuição permanente é o estímulo que deu à reflexão política evangélica.


31. "O Evangelho Maltrapilho" -- Brennan Manning [Mundo Cristão]

Não há outro autor mais importante no meio evangélico nos últimos dez anos do que Brennan Manning. Seus livros devocionais, como "O Impostor que Vive em Mim", "A Assinatura de Jesus", "O Obstinado Amor de Deus", estão transformando radicalmente a maneira como os evangélicos entendem a vida cristã. Eu fico muito grato.

32. "O Pastor Desnecessário" -- Eugene Peterson [Mundo Cristão]

Peterson é muito estimado no meio evangélico brasileiro e um dos autores mais bem avaliados dos últimos tempos. Responsável por projetos como "The Message" (excelente paráfrase bíblica), tem nos galardoado com obras como "Corra com os Cavalos", "A Oração que Deus Ouve", "A Vocação Espiritual do Pastor", "Transpondo Muralhas", entre outros. Selecionei o que talvez seja o mais importante.

33. "Poder Através da Oração" -- E. M. Bounds [Batista Regular]

Nos anos 70, quando não havia ainda bons livros sobre oração, como o de Richard Foster ou o de Eugene Peterson, os livros de Bounds sobre oração circulavam de mão em mão, trazendo avivamento às igrejas. Hoje Bounds está quase esquecido. Quase.

34. "Cristo é o Senhor" -- Dionísio Pape [ABU]

No fim dos anos 60 e começo dos anos 70, o nome de Pape se destacava pela espiritualidade, profundidade e sucesso ministerial. Seu opúsculo "Cristo é o Senhor" levou muitos à consagração e ao ministério.

35. "O Caminho do Coração" -- Ricardo Barbosa [Encontro]

Barbosa (junto com Osmar Ludovico, James Houston e outros) é responsável pelo retorno ao interesse pela mística cristã em nosso país. Seus livros nos ensinam uma outra atitude não somente em relação à vida, mas também em relação à teologia. Uma atitude contemplativa.

36. "O Novo Testamento Interpretado" -- R. N. Champlin [Hagnos]

Não privilegiei obras teológicas e comentários bíblicos nesta lista porque tais livros, em geral, não vendem bem e sua influência é pequena. Uma exceção precisava ser feita em relação ao favorito das bibliotecas. O empenho exaustivo de Champlin precisava ser lembrado, pois ainda vende bem e é o comentário primordial dos evangélicos.

37. "Icabode" -- Rubem Martins Amorese [Ultimato]

Este livro pode não ter sido tão lido quanto é citado, mas definiu um novo tipo de reflexão cristã no Brasil, que propõe diálogo com a cultura em outro nível que não o da evangelização, e sim o da discussão de valores e princípios que podem levar nossa sociedade para um patamar melhor ou pior. É uma boa influência.

38. "A Bíblia e o Futuro" -- Anthony Hoekema [Cultura Cristã]

Este estudo do Apocalipse cresceu em importância no Brasil em uma época em que quase não havia obra que fizesse uma defesa do amilenismo, apesar dos pouco conhecidos esforços de Harald Schally. O livro provocou conversões em massa a partir dos anos 80, e a escatologia nunca mais foi a mesma no Brasil.

39. "Cristianismo Puro e Simples" -- C. S. Lewis [Martins Fontes]

Também conhecido como "Mero Cristianismo", a busca de Lewis pelo denominador comum da fé cristã impacta brasileiros desde os anos 70. Seleciono o livro simbolicamente, já que Lewis não poderia ficar de fora, seja por causa de "Os Quatro Amores", "Milagres", "Cartas do Inferno" ou "As Crônicas de Nárnia".

40. "A Mensagem Secreta de Jesus" -- Brian D. McLaren [Thomas Nelson]

Em 2007, o leitor evangélico brasileiro foi surpreendido por este livro do mesmo autor de "Uma Ortodoxia Generosa". Fiquei admirado ao ver como todos passaram a conhecer e a comentar a obra de McLaren, que representa melhor do que ninguém o paradigma teológico evangélico emergente. Não dá pra não ler.

Bem, quem ler apenas essas 40 sugestões, no mínimo, terá condições de entender seu tempo e a si mesmo.

Boa leitura!